Dia 12 de agosto é comemorado o Dia Nacional dos Direitos Humanos, e é um convite para refletirmos, sobretudo atualmente, sobre a importância da dignidade da vida de cada um, independentemente de qualquer circunstância. A data propõe também um dia de memória: nos relembra Margarida Maria Alves, primeira mulher presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade de Alagoa Grande, no Brejo Paraibano.
Margarida viveu lutando pela defesa dos direitos dos trabalhadores sem terra, pelo registro em carteira, jornada de oito horas de trabalho, 13º e férias. Direitos que não chegavam aos trabalhadores rurais. Sua luta era forte: o Sindicato moveu mais de 600 ações trabalhistas e realizou diversas denúncias. Em seu tempo como gestora, também fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, que contribui inclusive atualmente para o desenvolvimento rural e urbano sustentável, fortalecendo a agricultura familiar.
Margarida foi assassinada no dia 12 de agosto de 1983, e o crime teve repercussão internacional, denunciado à Corte Internacional de Direitos Humanos, além de outras entidades. Símbolo da luta pelos direitos dos trabalhadores rurais, da luta pelo direito a uma vida digna, sua luta inspira movimentos, como a Marcha das Margaridas, uma iniciativa das mulheres do campo e da floresta que tem oferecido mobilização e organização, com caráter formativo e também de proposição, diálogo e negociação política com o Estado. É conhecida como a maior e mais efetiva ação das mulheres no Brasil.
Parafraseando os versos de Canto das Margaridas, que a memória e luta do dia possa nos fazer ver um Brasil mais florido.
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Fontes: linktr.ee/DireitosHumanosUnicamp
Texto e Arte: Equipe ODH