Conteúdo principal Menu principal Rodapé

Representantes da Unicamp estiveram em Brasília nesta segunda-feira (20) para discutir a criação de um programa de refúgio acadêmico apto a receber no país professoras e pesquisadoras afegãs. Eles se reuniram com a presidente da Capes, Claudia Mansani de Toledo, com o ministro Walter Braga Netto (Defesa), a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e com o Chefe de Gabinete do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Achilles Emilio Zaluar Neto. Durante os encontros, foi entregue uma petição, com mais de 30 mil assinaturas, solicitando apoio ao programa de acolhimento.

Representaram a Universidade o reitor, Antonio José de Almeida Meirelles, a presidente da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (Unicamp/ACNUR), Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, e a chefe de gabinete adjunta, professora Adriana Nunes Ferreira. Eles foram acompanhados pela Ministra do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Teixeira Rocha, e pela juíza Amini Haddad Campos. A parceria tem como proposta oferecer refúgio a mulheres afegãs ligadas aos meios jurídico e científico.

“A Ministra Maria Elizabeth e a juíza Amini Haddad iniciaram um movimento para trazer ao Brasil juízas do Afeganistão. Juntamos a isso nossos esforços para, em uma ação conjunta, acolher também professoras da Universidade de Cabul, ou de qualquer outra universidade, que estejam fugindo do conflito no Afeganistão”, explica Ana Carolina Maciel.

foto mostra reunião no ministério da mulher, família e direitos humanos
Articulação entre ministérios é importante para formação dos corredores humanitários. Na foto, reunião com a ministra Damares Alves (foto: William Meira/MMFDH)

A proposta é oferecer bolsas de mestrado, doutorado, pós-doutoramento e para pesquisadores visitantes. O acordo de cooperação com a Capes é importante para garantir a implementação da iniciativa humanitária. O apoio dos demais ministérios é necessário para que sejam formados corredores humanitários internacionais. Por meio deles, as mulheres afegãs e suas famílias poderão ser resgatadas de países vizinhos e trazidas em segurança ao Brasil.

“Foi uma conversa bastante proveitosa”, analisou o reitor da Unicamp. “Vislumbramos a possibilidade de lançarmos um edital conjunto Capes-Unicamp para garantir recursos na forma de bolsas de pós-graduação, pós-doutoramento e para pesquisadores visitantes do mundo acadêmico afegão. Em particular, daremos importância às mulheres vinculadas às universidades daquele país”. A quantidade de bolsas oferecidas ainda será definida. No entanto, de acordo com o reitor, a expectativa é contemplar cerca de 20 mulheres afegãs e suas famílias.

foto mostra embaixador brasileiro com as professoras ana carolina e adriana
Embaixador Achilles Zaluar Neto (Itamaraty) e profas. Adriana Nunes Ferreira e Ana Carolina Maciel (Unicamp)

Apoio no acolhimento e permanência de refugiados

A Cátedra Sérgio Vieira de Mello é fruto de um acordo entre a Unicamp e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Ela foi efetivada em março de 2019 e desenvolve projetos e ações que garantem o ensino, a pesquisa e a extensão universitária a pessoas em situação de refúgio. Entre as ações já realizadas estão a revalidação e o reconhecimento de diplomas, o ensino da Língua Portuguesa, o acompanhamento da vida acadêmica e o apoio jurídico aos alunos refugiados, além da capacitação de professores e coordenadores para o ensino de estudantes refugiados e a abordagem do tema em disciplinas e seminários.

“É urgente a mobilização de instituições de ensino superior com o propósito de acolher membros da comunidade acadêmica afegã. Nossa mobilização, no âmbito da Unicamp, visa possibilitar que tais indivíduos escapem do caos que se instaurou em seu país de origem”, pontua Ana Carolina. A petição em apoio ao programa de Refúgio Acadêmico está disponível no site change.org e pode ser conferida em https://change.org/CorredoresHumanitariosAfeganistao 

Encontro realizado com o ministro Walter Braga Netto. Grupo foi acompanhado pela ministra do STM, Maria Elizabeth Teixeira Rocha, e juíza Amini Haddad Campos

Reprodução: Jornal da Unicamp

Ir para o topo