Promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é uma conquista de todos. Resulta da longa jornada de ideias nascidas no século XVIII que influenciaram muitos movimentos políticos e sociais. A Declaração é, primeiramente, um manifesto contra a violência e em favor da felicidade humana cujos princípios segundo ela são: a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Por isso, lemos em seu artigo primeiro:
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.”
Portanto, a primeira coisa que a Declaração estabelece como inegável é o fato de que somos todos membros de uma mesma, única e indissolúvel comunidade.
Mais recentemente, os conceitos de meio ambiente e de biodiversidade nos mostraram que essa comunidade é bem mais vasta. E para garantir sua existência é preciso que lutemos por uma harmonia bem mais ampla…
A segunda afirmação fundamental da Declaração Universal dos Direitos Humanos é a de que, na comunidade humana, somos todos iguais. Essa igualdade é reconhecida pela lei que deve tratar a todos da mesma forma, como estabelece o artigo segundo da Declaração: “sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição”. Portanto a diferença é um direito e deve ser protegida do preconceito. Assim, a rica diversidade de nossa condição é um dado de nossa natureza comum.
Mas em que consiste a felicidade? Em primeiro lugar, no direito de definir o que efetivamente tem valor. E para isso, é preciso estar ligado! Desse ponto de vista, os direitos que asseguram o seu direito à felicidade são fundamentalmente: o direito de questionar os valores, o direito à educação e o direito à informação (verdadeira e de qualidade). Esses direitos permitem a você fazer questionamentos pertinentes, aprofundados e consequentes sobre sua própria condição. Mas como você já deve ter percebido, esses direitos te comprometem com deveres…
O direito de questionar valores!
O direito à educação!
O direito à informação!
Todo mundo sabe mais ou menos o que liberdade e igualdade são. De fato, podemos dizer que desde o século XVIII a liberdade e a igualdade têm avançado – embora em um ritmo lento e até mesmo com alguns retrocessos! No entanto, você já notou que a fraternidade, o terceiro dos ideais de que estamos tratando aqui, quase nunca é lembrada? Porque isso acontece? Veja que a fraternidade é o fundamento da Declaração Universal dos Direitos Humanos, porque é ela que faz com que nos sintamos realmente parte de uma mesma, única e indissolúvel comunidade constituída sobre uma vasta diversidade de experiências e culturas. Somente juntos, respeitando os direitos, necessidades e dignidade de todos, seremos realmente iguais, livres e felizes.
Vamos juntos pensar na fraternidade, em tudo que ela implica, e fazê-la avançar! Armandinho sabe, como poucos, o que é fraternidade! Veja que não é complicado: basta ter uma grande cabeça e um grande coração!
Comece a praticar a fraternidade: lembre-se sempre dela, pense e aja com respeito e coloque em questão os preconceitos!
Boa sorte para todas as comunidades do planetinha azul!
A Unicamp agradece ao cartunista Alexandre Beck por ter, com perfeito espírito de “fraternidade, liberdade e igualdade”, permitido a visita do Armandinho!